quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Parte II: "Ovídio da Cunha, pioneiro no estudo sobre Integralismo brasileiro"


Criticas e impressões sobre a obra “Integralismo e Americanidade”, escritas na década de 1930, pelo Prof. Ovídio da Cunha, são extremamente difíceis de se encontrar, por ser uma obra que completou 77 anos da sua primeira e única publicação. Na tentativa de trazer ao leitor um pouco mais sobre este importante trabalho sociológico a respeito do Integralismo, e dos problemas do mundo contemporâneo, divulgo outra critica literária, agora publicada no jornal oficial da Acção Integralista Brasileira – AIB (1932-1937), A Offensiva, n°66, 17/08/1935, ano II, p. 10, escrita pelo camisa-verde J. Hercilio Fleury, intitulada Integralismo e Americanidade,  a qual transcrevo abaixo, nota-se a forma poética escrita pelo autor bem como suas criticas, em certos aspectos felinas sobre a obra deste importante Integralista, não só para o movimento do Sigma, como para história do Brasil.

Integralismo e Americanidade
SEMPRE os moços se angustiaram com os grandes problemas de suas épocas. No Brasil, temos bellos exemplos. Entre os vultos da geração passada relembramos a figura grandiosa de Castro Alves. O váte bahiano soube collocar sua alma sensivel e genial ao serviço da libertação dos miseros escravos.
Na geração actual - geração flagellada pela fallencia da Liberal - Democracia, os crimes do Capitalismo, pela Revolução Social, moços de pujante intelligencia têm se atirado resolutamente nas batalhas do Pensamento de Renovação Social.
E livros notaveis vão ficando como padrões commovedores da attitude de uma mocidade que não sorri mais o sorriso da duvida porque tem necessidade de "affirmar" ou "negar".
"Destino do Socialismo" é a concretisação desse espirito que enfrenta virilmente os problemas tremendos do seculo vinte.
E´ a affirmativa de uma geração que tem a coragem viril de refutar directrizes seductoras, mas, falsas; de reagir contra as forças de um determinismo cruel, para seguir rótas novas differentes das de Rousseau e Marx.
E´ o clarão de Novo Dia.
No outro campo, - campo da negação, - encontramos tambem depoentes de talento e combatividade.
"Cacau" é outrosim marco de uma geração que vae trihando o caminho falso da unilateralidade, das soluções parciaes, da "negação".
Negação dos principios basilares que condiccionam o viverindividual e social do homem.
Negação dos direitos inviolaveis da natureza humana, afim de satisfazer as pretenções de odienta "luta de classes" elevada a condição primordial do advento da sociedade futura.
E a luta das idéas continua.

Emquanto as phalanges da "negação" procuram destruir mais e mais, os moços da Bandeira verde mais e mais querem construir.

Resolutos se atiram pelos "novos rumos" que o dedo gigante de Plinio salgado rasgou no cerrado nevoeiro da confusão nacional.
E os gritos de organizações crescem na alma moça e rebôam no cêo immenso do Brasil, enchendo de vozes novas a Patria cançada da algazarra inutil.
Trabalham as intelligencias. Cresce a biblioteca integralista.

"Integralismo e Americanidade" surgiu ha pouco. E´ tambem um grito moço. Grito de pesquizas, de estudos, de inquietação, de coragem.
O livro de Ovidio da Cunha é um livro por demais synthetico; Isto pertuba a clareza de alguns capitulos.  E´ um deffeito.
A gente tem a impressão de que o autor escreve para pessoas já maliarizadas com o assumpto.
A exposição é assás rapida!

O convivio diuturno com os livros tem afastado o jovem autor do trato de problemas mais relavionados com as necessidades do momento brasileiro.
"Integralismo eAmericanidade" não debate problemas nossos. Falta-he mesmo o medo de ligação entre os problema ahftratados e nossa realidade.
Por isso, ficou-me a impressão que o autor continuará o estudo sobre "Integralismo e Americanidade". Apenas, ferindo de leve esses assumptos fez antes uma delimitação de roteiros do que uma exposição e confronto dellas.

Reservou ao Integralismo uma synthese rapida. Não fez a confrontação, que o leitor esperava entre o Integralismo e Americanidade. De modo que esses themas flutuam sem se interpenetrarem. No capitulo final "Tragedia de um continente inacabado", referindo-se ás aspirações vagas do Continente Sul-Americano allude ao papel historico do Integralismo na America sem, contudo, precisar bem qual seja este papel. Será o de dar corpo e vida á essa ansia de renascimento christão que tenta galvanizar o corpo gasto e convulcionado da velha Europa?
Deixa entrever isto. Pois ao finalizar o livro diz: "Americanidade" não é antithese ao ocidente, mas o proprio Christianismo como uma base physica maior e renovada".
Este livro é um exemplo a tantos moços que maibaratam tempo e intelligencia em tantas futilidades. A hora é de esforço de todas as energias. Urge que as intelligenciais moças se concentrem na intensificação da cultura brasileira. Urge que meditem os problemas que nos torturam e ameaçam a estabilidade da Patria nesse momento de duras incomprehensões.
E procurem faltas à alma popular. Deixar, por momentos; o plano da pura especulação pisilosophica para compulsar os dados fortes que borbulham em nossa sociedade agitada. Baixar á realidade de descontentamento, dores e anandono que lateja nas camadas populares.
E´ preciso mostrar ás camadas humildes da nossa gente o remedio material, moral e espiritual que o Integralismo levará aos seus soffrimentos.
O momento não admitte esbanjamento de esforços.  
 
Acima imagem parcial do jornal A Offensiva, n°66, 17/08/1935, ano II, p. 10, com a reportagem intitulada Integralismo e Americanidade, escrita pelo camisa-verde J. Hercilio Fleury.
 

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