quarta-feira, 26 de junho de 2013

Artigo Publicado: "As eleições de 1955: Ensaio sobre a participação de Plínio Salgado nas eleições presidências"

Informo aos leitores do Blog Populista que já encontra-se disponível para download  a edição n° 11 da Revista do Arquivo, edição comemorativa dos 186 anos de fundação de Rio Claro - SP, abordando diferentes aspectos e histórias da região. A Revista do Arquivo é uma publicação semestral que conta com a colaboração de vários autores, trazendo interpretações dos diferentes aspectos que formam a cidade, tornando-se referencia para o estudo regional.

Nesta edição a revista traz o artigo "As eleições de 1955: Ensaio sobre a participação de Plínio Salgado nas eleições presidências", de autoria do autor do blog Populista Guilherme Jorge Figueira. O trabalho visa trazer maiores informações sobre o pleito eleitoral, duvidas e disputas internas que levaram o Presidente do Partido de Representação Popular - PRP (1945-1965) Plínio Salgado a disputa dos sufrágios da população, usando diversas fontes, dentre elas o Fundo Plínio Salgado, presente em Rio Claro, doado por familiares e militantes Integralistas.

Abaixo imagem das páginas com o artigo "As eleições de 1955: Ensaio sobre a participação de Plínio Salgado nas eleições presidências", publicado na Revista do Arquivo, n°11, junho de 2013, páginas 61/63.



Nota-se nestas três imagens utilizei alguns documentos do meu acervo pessoal para ilustrar o artigo, dentre eles: Panfleto de Propaganda da Campanha Presidência de Plínio Salgado com o título: "Expresso da Vitoria" e outro com o título "A Vida de Plínio Salgado é um livro aberto", além de uma ficha em branco para se recolher colaboração de cooperadores para campanha popular "Pró-Candidatura de Plínio Salgado à Presidência da República". 

Para abaixar a publicação na integra, acesse:  
www.aphrioclaro.sp.gov.br/2012/10/17/arquivo-recebe-artigos-para-a-revista-no-11/

segunda-feira, 24 de junho de 2013

"Exposição Um olhar sobre o Brasil encerra no Rio de Janeiro com imagens da Acção Integralista Brasileira"

O Arquivo Nacional localizado na Praça da República, n° 173, Centro do Rio de Janeiro, encerrou, no mês de junho de 2013, a exposição realizada pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e Cultura - Unesco, em homenagem aos 20 anos do Programa Memória do Mundo, intitulada " Um olhar sobre o Brasil". O evento celebrou os cincos anos de atuação do Comitê Nacional do Brasil, que possui o objetivo de reconhecer e valorizar os acervos documentais de importância para a história do Brasil, além de preservar e facilitar o acesso ao público em geral dos diversos documentos em posse de instituições públicas e privadas.

Aos que tiveram a oportunidade de visitar a exposição puderam conferir a pluralidade de documentos e fotos cedidas por diferentes acervos espalhados pelo Brasil que encontram-se nominados pelo programa da Unesco e tiveram a gentileza de enviar material para compor o evento, destacando-se o Arquivo Público do Paraná que enviou algumas imagens do seu acervo, dentre elas a foto de um soldado da Acção Integralista Brasileira - AIB (1932-1937), sem a identificação do autor ou data da fotografia, nota-se na imagem a bolacha com o Sigma, cobertura de pano, tendo no centro o pin da milícia Integralista. 

Esta cobertura de pano foi muito utilizada pelos combatentes paulistas durante a revolução constitucionalista de 1932, sendo adotada pelos integrantes das milícias Integralista como forma de se defenderem de possíveis agressões por parte dos seus adversários durante as manifestações. Diferente dos veteranos de 1932 os camisas-verdes não usavam a cobertura acompanhada do capacete de aço.


Acima imagem do militante Integralista posando para foto com seu uniforme completo, este registro fotográfico e um dos inúmeros presente no acervo do Dops-PR que trata sobre Integralismo (Fonte: Arquivo Público Parana).  

sexta-feira, 21 de junho de 2013

"37° Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais – ANPOCS"


Prezados leitores do Blog populista hoje saiu do tema para informar que já estão abertas as inscrições para 37° Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais – ANPOCS, em Aguas de Lindóia – SP, nos dias 23 a 27 de setembro de 2013. Para efetuar a inscrição e necessário acessar o site www.anpocs.org.

Esta é uma interessante oportunidade para os estudantes que estão realizando pesquisa na área para apresentar seus projetos, além de participar de debates, através das mesas temáticas e encontrar as mais recentes publicações sobre diferentes temas, tais como: antropologia, ciência politica, relações internacionais e sociologia. 


Acima cartaz de divulgação do 37° Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais – ANPOCS. Para maiores informações acesse: www.anpocs.org. 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

"Série Entrevista VIII - Sr. Jenyberto Pizzotti"

Ficha técnica
Nome: Jenyberto Pizzotti
Filiação: Humberto Garibaldi Pizzotti e Jenny Alexandre Pizzotti
Estado: São Paulo - SP
Data de nascimento: 21/07/1952
Profissão: empresário, consultor de marketing e jornalista

Entrevista realizada no mês de junho de 2013 pelo pesquisador Guilherme Jorge Figueira com o pesquisador e militante Integralista Sr. Jenyberto Pizzotti.

1) Sr. Jenyberto Pizzotti, o senhor está na militância Integralista há mais de 30 anos, poderia fazer um rápido retrospecto deste período?

Sou Integralista há 36 anos. Desde 1977 quando, como repórter de um jornal, fui fazer a cobertura da inauguração da Praça Plínio Salgado em Rio Claro - SP. Depois disso conheci muitos companheiros Integralistas que conviveram com Plínio Salgado e demais líderes desde a primeira marcha em São Paulo. Conheci e convivi com companheiros das milícias e também do período posterior a 1937, do PRP, dos Águias Brancas, e etc. E foi com esses companheiros que fui praticamente preparado para um dia reorganizar o Integralismo no Brasil. Depois, a partir de 1985, Plínio faleceu em 1985, a AIB começa a se reorganizar principalmente com companheiros do Rio de janeiro e São Paulo. Em 1989 houve um grande encontro no Rio e, a partir dai, eu fui um dos principais líderes militantes dessa nova fase do movimento. A partir de meados da década de 90, até agora, o Integralismo ficou acéfalo, sem lideranças expressivas e organizadas. Na década de 200 despontaram alguns jovens interessados em conhecer a Doutrina , e no final de 2004 houve uma cisão dentro do movimento.

2) O senhor teve estreito relacionamento com muitos veteranos da Acção Integralista Brasileira - AIB (1932-1937) e do Partido de Representação Popular - PRP (1945-1965), pode contar alguma das muitas histórias contadas ao senhor por esses saudosos camisas-verdes?

São diversas e lindas histórias, daria para escrever um livro. Mas uma das que sempre me recordo me foi contada por um grande Integralista: José Constante Barreto, falecido com mais de 100 anos, e que foi chefe do Núcleo Integralista de Santos - SP e pertenceu as milícias com Plínio. O Companheiro Barreto me contou que na ocasião do golpe de Getúlio, Plínio foi exilado e Getúlio começou uma feroz "caça" a Comunistas e Integralistas, até então em campos ideológicos opostos. O Barreto que era da Milícia e um dos líderes em Santos estava de posse de documentos importantes, com nome de centenas de Companheiros Integralistas.

Como estava sendo perseguido, foi inclusive preso, e tendo que esconder esses documentos, procurou um amigo pessoal, um jovem, dono de uma livraria. Esse amigo, vendo o desespero do Barreto em esconder os documentos se propôs a guardá-los, a esconde-los. E assim foi feito. Passado a crise, o Barreto voltou na livraria e o amigo tirou os documentos que estavam bem escondidos atrás de alguns livros e entregou ao amigo. Os dois se abraçaram muito. Barreto sempre soube que esse amigo era Comunista, e o amigo sempre soube que Barreto era Integralista. Eles discordavam na ideologia, mas eram dois cavalheiros, tinham honra.

Colocavam a amizade, a lealdade acima das ideologias, pois entendiam que sobretudo eram brasileiros lutando em trincheiras diferentes, mas acreditavam que estavam lutando pelo Brasil e por seus ideais. E isso, é ser Integralista. É não vender a Pátria, é não se vender, é lutar por aquilo em que acreditamos, é não se deixar corromper, é ter a compreensão que somos todos brasileiros, é ter a compreensão que somos um País, mas devemos lutar para unirmos todos os brasileiros, respeitando nossas diferenças individuais, e nos transformarmos numa Nação, pois não basta sermos um País, temos que nos tornar uma Nação. Isto é ser Integralista, isso é ser um ser humano Integral.

3) A Acção Integralista Brasileira durante sua existência combateu arduamente o Comunismo, Liberalismo e o Materialismo, essa hoje são ainda bandeiras a ser combatidas? Porque?

Os Integralistas combatiam o Liberalismo defendendo a existência de um Estado "Forte". Reale, sem dúvida nenhuma, foi o grande teórico dentro do Integralismo a estudar as questões do Estado Nacional, e foi, sem dúvida, o maior orientador de Plínio nessas questões. Defendia basicamente, a iniciativa privada, a responsabilidade de produtores e trabalhadores perante o Estado, e a estruturação do Estado através de Corporações e de um Governo forte. Estudou profundamente os trabalhadores perante o Estado, e a estruturação do Estado através de Corporações e de um Governo forte. Estudou profundamente o Fascismo Italiano e seu Sistema Corporativo.

O Integralismo não aceitar ver o povo brasileiro, os profissionais e de todos as áreas, e os produtores nacionais da indústria, do comércio e de bens de serviços serem explorados e massacrados por esse Sistema Financeiro Liberal Internacional e desumano que se instalou e dominou nosso País.

Os Integralistas combatiam o Comunismo, ou mais especificamente, o brutal e sanguinário Comunismo Russo, na época, Stalinista. Esse alinhamento ideológico, não era obviamente, com a ideologia norte-americana ou inglesa, inexpressivas na época, mas com a Alemanha Nazista e Itália Fascista, que também combatiam o Comunismo. Após a Segunda Guerra Mundial, por coerência com a Doutrina Integralista, e com o desencadeamento da Guerra Fria, Plínio realizou um realinhamento ideológico, contra o Nazismo e Fascismo e contra o Comunismo, realinhamento esse com a ideologia anglo-americana anticomunista.

Importante salientar que no primeiro Estatuto Integralista de 1934, divulgado no Congresso de Vitória - ES, um dos pilares ideológicos do Integralismo é "o predomínio do Social pelo Individual", o que pode ser interpretado como um tipo de Socialismo, uma preocupação com o "social" com o "coletivo", da mesma forma como foram as raízes do Nacional-Socialismo alemão e do Fascismo Italiano.

O Integralismo luta contra qualquer tipo de doutrina ou organização marxista-leninista que vise a implantação no Brasil de uma Ditadura explícita ou disfarçada contra o povo, contra nossas tradições cristãs e contra a família brasileira. O Integralismo respeita qualquer organização, não importando suas nuances ideológicas que lute pela liberdade e pela felicidade real do povo brasileiro.

Os Integralistas combatem o Capitalismo, entendendo-se Capitalismo como Capitalismo Financeiro Internacional. As bases dessa luta e a própria solução para ela, é o combate a ideia marxista de "Luta de Classes".  Os Integralistas pregam a harmonia entre as classes sociais, entre as classes que representava o "Trabalho" e o "Capital". E uma das soluções apontadas foi o Sistema Corporativo.

O Estado se faria presente através das Corporações para controlar, orientar e resolver todas as questões e conflitos entre as classes sociais e profissionais, evitando a luta de classes. A propriedade individual é defendia, assim como a livre iniciativa, desde que não prejudicassem o "bem comum", o direito coletivo.

Plínio, apesar de não ter sido específico nas questões econômicas, e sempre a elas se referir de forma genérica e não específica, assim como outros líderes Integralistas, defendia a Economia Planejada e sob o Controle do Estado, objetivando uma finalidade ética e voltada para o social no desenvolvimento da economia, ou trocando em outras palavras: defendia um Socialismo Nacional, não em suas nuances marxistas e internacionalistas, mas mesmo assim, e de qualquer forma, idéias socialistas ou socializantes. O  termo "Socialismo" era, e é ate hoje, sempre associado com a idéia de "Comunismo", o que dificulta a compreensão do objetivo Integralista de priorizar o social, antes do individual, como foi especificado no primeiro estatuto da AIB.

Já Plínio, sem entrar na profundidade das questões econômicas, área que sempre evitava opinar, criticava o Capitalismo em seus efeitos anti-éticos e destruidores. O Integralismo acredita que o Sistema Capitalista é bom quando todos possam se beneficiar dele, quando existe um equilíbrio entre a livre iniciativa e o interesse e respeito pelo Bem Comum, quando as leis e a Constituição do País sejam respeitadas, quando o Ser Humano seja colocado em primeiro lugar, antes de interesses financeiros e selvagens.

Ao contrário do domínio mundial realizado pelo Sistema Financeiro Internacional, que destrói as Pátrias e as Nações, escravizando-as e brutalizando-as, acreditamos que a Economia deve ser voltado para Homens e não para Bestas. Não aceitamos a denominada "Dívida Externa Brasileira", hoje denominada hipocritamente de "Superávit Primário", que transformou nosso Povo em escravo do Sistema Financeiro Internacional, infelicitando homens, mulheres e crianças e nos condenando a não termos nenhum futuro como uma Grande Nação. Lutamos pela imediata interrupção de quaisquer pagamentos ou acordos , pela auditoria financeira e análise histórica dos capitais saqueados do país, pela repatriação desses capitais, e pela punição exemplar dos agentes financeiros e traidores da Pátria que contribuíram para a sangria e massacre do Povo Brasileiro.

4) A cidade na qual o senhor reside hoje, Rio Claro - SP, foi um importante polo Integralista, inclusive boa parte da sua população fez parte das fileiras do Sigma. Hoje existe ainda algum aspecto deste passado presente na cidade com praças, ruas e bibliotecas que homenageiam estes camisas-verdes? Por qual motivo o senhor acredita que estes personagens foram homenageados?

Rio Claro é a guardiã, no Arquivo Municipal, do acervo particular e Plínio Salgado e recebe pesquisadores do país e do exterior. Foi considerada a segunda cidade Integralista por Plínio, a primeira foi Vitória - ES onde foi realizado o primeiro congresso. E tem uma praça denominada "Plínio Salgado". A homenagem a Plínio Salgado deve-se evidentemente a importância moral, cívica e histórica que teve e tem esse grande brasileiro.

5) Por fim, qual a mensagem que o senhor deixa a todos os jovens que atualmente buscam informações sobre a história do Brasil, em especial do Integralismo?

Que procurem pesquisar diretamente nos livros de Plínio Salgado, Miguel Reale e Gustavo Barroso o que foi e é realmente o Integralismo. Que não participem de nenhuma organização que se intitula como Integralista sem antes realizar uma pesquisa profunda e sem preconceitos. Que não se deixem levar por fanatismo ideológicos, religiosos, ou de qualquer tipo. Que mantenhas suas mentes livres e abertas para tudo analisar e julgar o que for melhor para sí, para o Brasil, para nossos semelhantes. E que nunca esqueça que antes de servo cristãos, muçulmanos ou judeus, brancos ou negros, pobres ou ricos, cultos ou não, brasileiros ou não, homens ou mulheres, antes de sermos tudo isso, somos seres humanos. Quando descobrirem isso, vão descobrir que são Integralistas, como eu entendo o que é ser realmente Integralista.

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Abaixo lista de entrevistados:

Entrevista XII: Sr. Marco Antonio Rattes Nunes: (http://historia-do-prp.blogspot.com.br/2013/12/serie-entrevistas-xii-sr-marco-antonio.html);

Entrevista XI: Sra. Ana Carolina Monteiro Porto de Oliveira (http://historia-do-prp.blogspot.com.br/2013/11/serie-entrevistas-xiii-sra-ana-carolina.html);

Entrevista X: Sr. Jeronimo de Araujo (http://historia-do-prp.blogspot.com.br/2013/10/serie-entrevistas-xii-sr-jeronimo-de.html);

Entrevista IX Sra. Lieden Maria de Oliveira Carvalho (http://historia-do-prp.blogspot.com.br/2013/07/ssss.html);








segunda-feira, 17 de junho de 2013

"Busto de Plínio Salgado exposto na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro"

Os bustos de Plínio Salgado localizado na Biblioteca Municipal de São Bento de Sapucaí e o presente na Praça Plínio Salgado, em Rio Claro - SP, hoje desaparecido, já foram motivos de inúmeras postagens sobre estas diferentes homenagens ao Presidente do Partido de Representação Popular - PRP (1945-1965). Os artistas escolhidos para esculpirem estas homenagens são desconhecidos atualmente, sendo que no segundo caso devido ao desaparecimento da obra, fruto de furto, dificilmente se saberá o nome do autor, devido a ausência de registro por parte da Prefeitura.

Nos anos 1930 a abundancia de homenagens ao Chefe da Acção Integralista Brasileira - AIB (1932-1937) era algo comum, refletindo o desejo por parte dos camisas-verdes, por todo o Brasil, em homenagear seu principal líder. O jornal oficial do movimento A Offensiva, n°292, publicado no dia 23 de setembro de 1936, página 14, noticiou com entusiasmo a obra de arte, esculpida em gesso, sendo transformada em bronze posteriormente, da artista Angelica Ellery, criada durante as aulas na Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Acima registro fotográfico do jornal A Offensiva, n°292, página 14, ano 1936, da artista Angelica Ellery ao lado da escultura de sua autoria representando a imagem do Chefe da Acção Integralista Brasileira Plínio Salgado

A imagem da escultura traz consigo todos os traços característicos da face do Chefe Nacional, fazendo semelhança com perfis clássicos das artes gregas e romanas, com uma forte tendência futurista, através das suas linhas retas. Este movimento artístico e literário criado na Itália, pelo poeta Filippo Marinetti, está presente em muita das ilustrações das capas da revista ilustrada Anauê! (1935-1937) e em outras imagens vinculadas no jornal A Offensiva, além de outras publicações do período e a arquitetura urbana. 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

"Plínio Salgado homenageado na Academia Paulista de Letras - APL"

Na última postagem do blog Populista divulguei aos leitores a entrevista da Sra. Evandra Novaes Santos que faz, através de cinco perguntas, uma pequena retrospectiva sobre sua vida e seu contato, durante a sua infância, com o escritor, poeta e político Plínio Salgado e família. A importância desse registro é imensa devido à fragilidade da história oral e seu pouco reconhecimento pela academia que infelizmente não prioriza esta forma de estudar a pluralidade do Integralismo e seus diferentes personagens, somando-se assim aos nove depoimentos já registrados e publicados neste canal.

Registros como os mencionados acima são interessantes fontes de pesquisa por trazer uma ótica diferenciada de fatos e personalidades históricas, um exemplo é o discurso de posse na cadeira n°6 da Academia Paulista de Letras - APL, realizado no dia 26 de agosto de 1993, pelo escritor Luiz Carlos Lisboa, cujo faz um paralelo das antigas personalidades participaram da história da Academia, transcrevo uma parte que traz diversos detalhes sobre a biografia de Salgado revelando aspectos pouco conhecidos do antecessor do autor do discurso na cadeira n°6:

“Antes dele, ocupou a cadeira seis da Academia Paulista de Letras Plínio Salgado. Nenhum de seus antecessores ou sucessores neste posto foi tão assíduo quanto ele, não tão precoce, no exercício do jornalismo. Na sua São Bento do Sapucaí foi mestre-escola e agrimensor, antes de fundar, em 1916, com Joaquim Rennó Pereira, seu futuro cunhado, o seminário Correio de São Bento. Foi também diretor de um grupo teatral, de um clube de futebol, e supervisor do “tiro de guerra”. Seu primeiro emprego em São Paulo foi o de suplente do Correio Paulistano, órgão do Partido Republicano Paulista. Pouco depois era redator do jornal, a convite de Menotti Del Picchia. O primeiro livro, O Estrangeiro, esgotou-se em três semanas e foi considerado por Agripino Grieco o melhor romance do ano. Os artigos de Plínio sobre o Movimento Verde – Amarelo – que contava com Cassiano Ricardo, Cândido Motta Filo e Menotti – saiam no Correio, e no Rio de Janeiro apareciam na Revista Novíssima.” (Fonte: www.academiapaulistadeletras.org.br.)

segunda-feira, 10 de junho de 2013

"Série Entrevista VII - Sra. Evandra Novaes Santos"

Ficha técnica
Nome: Evandra Novaes Santos
Filiação: Maria de Lourdes Novaes Santos e Florencio Manuel dos Santos
Estado: Ipiaú - BA
Data de nascimento: 11/04/1948
Profissão: Esteticista

Entrevista realizada no mês de junho de 2013 pelo pesquisador Guilherme Jorge Figueira com a esteticista Sra. Evandra Novaes Santos.

1) Sra. Evandra Novaes Santos, a senhora durante sua vida teve a oportunidade de conhecer o poeta, escritor e político Plínio Salgado, através desse contato quais são as primeiras lembranças da senhora referente a esta figura ímpar da história brasileira?

Plínio Salgado era um homem simples, muito religioso e determinado em suas atitudes, um grande orador, uma alma dotada de grande sensibilidade. Estudei em um colégio aqui em São Paulo (Pensionato Nossa Senhora da Guia), nessa época ele era Deputado Federal, onde ele era figura importante, juntamente com sua filha Maria Amélia Salgado Loureiro, passei muitas férias junto com a família, viagens para Campos do Jordão - SP, foi uma época fantástica.

2) Plínio Salgado ficou famoso pela capacidade de conquistar a mente e corações da população através dos seus discursos sobre os mais diferentes temas, a senhora teve a oportunidade de ouvir ao vivo, ou na rádio, algum desses discursos? A senhora se lembra em qual local e como foi?

Lembro apenas que era um homem muito carismático, que fazia grandes contribuições para o colégio, envolvente, eu era apenas uma menina é tive a honra de participar de muitos bons momentos ao lado da sua família.

3) A figura de Plínio Salgado está repleta de interpretações dos mais diferentes tipos, algumas inclusive taxando Salgado de copia fascista, dentre outras. Qual a opinião da senhora sobre essas afirmações?

Fico estarrecida com tais comentários, pois Plínio Salgado era um homem extremamente religioso, ia a missa todos os domingos, sua preocupação com os menos favorecidos era muito grande, era dotado de muita sensibilidade, um homem íntegro, não compreendo essas comparações.

4) A maioria dos livros de Plínio Salgado são hoje desconhecidos pela população e a academia, obras como "O Estrangeiro" e "A Vida de Jesus" são encontradas apenas em sebos ou sites de livros usados, por qual motivo a senhora acha que isso ocorre atualmente?

Pela própria figura que lhe taxaram de fascista. É lamentável esquecerem o homem brilhante, que quando esteve exilado em Portugal fez a tradução da Bíblia, o Brasil infelizmente não tem memória. Plínio Salgado tinha um sonho político, era audacioso, uma mente brilhante, um grande líder revolucionário.

5) Por fim, qual a mensagem que a senhora deixa a todos os jovens que atualmente buscam informações sobre a história do Brasil, em especial sobre Plínio Salgado?

A história do Brasil é muito ampla, há uma escalada de homens que acreditavam em um país mais junto com melhor distribuição de renda. O que posso falar de Plínio Salgado que tive o prazer imenso de conhecer um grande homem, político, defensor da família. Tive a primazia de assistir as missas dominicais com a família, seus olhos eram sempre de buscas, suas mãos hábeis no escrever, um orador nato, dotado de uma inteligência magnífica e de muitas vezes uma pureza encantadora. Sonhou muito, teve muitas decepções, mais acreditava em seus sonhos.

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Abaixo lista de entrevistados:


Entrevista XI: Sra. Ana Carolina Monteiro Porto de Oliveira (http://historia-do-prp.blogspot.com.br/2013/11/serie-entrevistas-xiii-sra-ana-carolina.html);


Entrevista IX Sra. Lieden Maria de Oliveira Carvalho (http://historia-do-prp.blogspot.com.br/2013/07/ssss.html);








sexta-feira, 7 de junho de 2013

A Influencia do Governo Nazista Alemão sobre o Levante Integralista de 1938"

O mês de maio de 2013 foi marcado pelas comemorações em homenagem aos camisas-verdes que tombaram no fatídico 11 de maio de 1938, evento conhecido pela historiografia como “Intentona Integralista”.  Esta ação reuniu diversas lideranças civis e militares com o objetivo de restaurar a democracia com a deposição do ditador Getúlio Vargas e consequentemente o fim do Estado Novo (1937-1945), instaurado no dia 10 de novembro de 1937 e decretando o fim dos direitos civis e políticos da população.

Alguns historiadores defendem a influencia dos movimentos fascistas e nazistas no Integralismo, com inclusive contribuições financeiras por parte dos governos Italiano e Alemão. Essa penetração, segundo os mesmos, estaria presente durante os eventos que culminaram no 11 de maio de 1938, afirmação embasada em jornais da época que divulgaram incansavelmente o levante Integralista, nota-se que neste período a imprensa já era amplamente controlada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP, órgão criado pelo governo Vargas para controlar as informações na imprensa em geral.

Atualmente é possível encontrar alguns documentos oficiais do Arquivo Histórico do Ministério das Relações Exteriores, no Rio de Janeiro, que fazem um paralelo sobre a divulgação do fatídico 11 de maio de 1938. Neste arquivo encontramos documentos escrito por articulistas que qualificam de “imprudente” os artigos dos jornais brasileiros, inclusive discorrendo sobre a necessidade de Vargas em encontrar “bodes expiatórios” para a revolta, como por exemplo os Integralistas.

Nos mesmos documentos encontra-se algo curioso de autoria do colunista Sr. C. Bauer Aviles, na ficha: 042, data: 25/05/1938, maço 15644, lata: 983, um artigo em espanhol publicado no jornal Nuestro Diario que comenta o fato do governo brasileiro isentar a Alemanha de influencias em relação ao levante, demonstrando assim claramente que o governo Alemão não possui nenhuma influencia politica na Acção Integralista Brasileira – AIB (1932-1937), infelizmente esse documento é praticamente desconhecido pelos estudiosos sobre o tema. 


Acima documento intitulado "Alemanha y la revuelta Integralista Del Brasil. La Persecucion de Los Judios em Alemania y la Propagacion Del Antisemitismo", publicado no jornal Nuestro Diario, em 25 de maio de 1938 (Fonte: Acervo do Arquivo Histórico do Ministério das Relações Exteriores - RJ). 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

"Lançamento da Revista do Arquivo n°11, com o artigo Plínio Salgado nas eleições presidenciais"

O Arquivo Público e Histórico de Rio Claro, localizado na Rua 6, n°3265, Alto do Santana, Rio Claro – SP,  convida para o lançamento da Revista do Arquivo n°11, no dia 07 de junho de 2013, às 20:00 horas, no Casarão da Cultura, localizado na Av. 3, Esquina com a Rua 7, Centro, Rio Claro – SP, com entrada gratuita, apresenta um projeto diferenciado das outras entidades pares pelo Brasil,  buscando ser um registro da história regional disponível na Internet para o público.

Publicada em linguagem simples, a revista aproxima os Municípios da cidade, de sua história, de seus espaços e de sua população, sendo aberta para participação de todos que queiram contribuir com o registro e a reflexão sobre a história da região. Nesta edição a publicação traz meu artigo intitulado “Plínio Salgado nas eleições presidenciais”, que busca fazer um panorama dos aspectos que levaram o candidato ao pleito presidencial de 1955, relacionando a história com a cidade, que possui  uma Praça em sua homenagem, além do famoso fundo Plínio Salgado, que atrai pesquisadores de todo o Brasil a Rio Claro interessados em pesquisar aspectos pessoais da sua vida e dos movimentos políticos e sociais criados pelo homenageado. 


Acima os convites da Abertura da Exposição Fotográfica "Rio Claro Revela sua História", com o tema "A Arte e a Cultura em Rio Claro" e do Lançamento da Revista do Arquivo n° 11, no dia 07 de junho de 2013, às 20:00 horas.